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Setor busca competitividade a partir da certificação

Santa Cruz do Sul/RS – A preocupação com a acirrada competitividade internacional – fomentada principalmente pelo aumento da produção nos países africanos – vem fazendo o setor fumageiro buscar alternativas que valorizem o fumo brasileiro. Uma das medidas debatidas nesta semana durante o encontro da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, em Brasília, é a certificação da qualidade do produto. A partir da próxima safra, um grupo de fumicultores passará a ser orientado para fazer parte da produção integrada.

Maior exportador de tabaco do mundo, o Brasil poderá ser também o primeiro a ter certificação de qualidade. O objetivo do projeto-piloto é garantir ao mercado internacional que o tabaco produzido no Brasil tem baixo impacto ambiental e social, e, dessa forma, agrega maior valor ao produto. A partir do mês de maio, 40 técnicos das empresas serão disponibilizados para acompanhar o processo. Segundo o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), em 2014 houve uma queda de 24% nas exportações em relação ao ano anterior. A redução da demanda, o aumento da produção nos países concorrentes, os custos com entraves burocráticos e de logística, bem como o crescente aumento nos preços de insumos, energia e mão de obra, são apontados pelo sindicato como fatores que enfraqueceram a competitividade no mercado mundial.

Nesse cenário, o setor acredita que garantir ao comprador a qualidade do produto brasileiro permitirá uma vantagem em relação aos demais países. “A produção integrada, que é a certificação do produto, é importantíssima para um mercado internacional tão competitivo como é o do tabaco. Os países africanos, que estão competindo direto com o Brasil, têm uma qualidade boa. Além disso, eles têm um benefício, porque na venda do tabaco deles para os países da europa, que é a zona do euro, não pagam tarifas. O tabaco brasileiro, para ser vendido à Europa, paga em torno de 18%”, analisa o presidente da Câmara Setorial, Romeu Schneider.

Ao ingressar no projeto, o fumicultor passa a ser acompanhado por um técnico que o orienta e treina em relação às etapas que deve cumprir. A perspectiva é que o número de agricultores participantes aumente a cada safra. “Para o produtor, é extremamente importante porque, participando disso, ele garante a venda do seu produto. O que poderá acontecer no futuro é que a maioria das empresas só vai comprar produto de quem tem certificação. Isso é um caminho que vai se trilhar nos próximos anos”, afirma Schneider.

ENTENDA

A produção integrada permitirá que o tabaco brasileiro tenha uma certificação de qualidade, com reconhecimento internacional. Na próxima safra, um grupo de produtores voluntários começará a fazer os registros de todas as etapas da produção até o final. O controle permitirá comprovar a forma de produção e tudo que é utilizado, como os insumos. Dessa forma, será possível comprovar a responsabilidade ambiental e social, por exemplo.

Letícia Mendes, com informações da assessoria de imprensa do Sinditabaco
leticia@gazetadosul.com.br
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