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Para entidades, decisões não devem afetar os produtores

Santa Cruz do Sul/RS – Apesar de buscar a redução do consumo de produtos derivados do tabaco no mundo, entre algumas das principais entidades que representam os pequenos agricultores, a realização da 6ª Conferência das Partes não é percebida como uma ameaça à produção e aos fumicultores. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), que integra a comitiva brasileira na Rússia, acredita que os acordos realizados até o momento não deverão trazer restrições ao cultivo.

Na opinião do presidente da Fetag do Rio Grande do Sul, Carlos Joel da Silva, que vem acompanhando os debates, os acordos fechados até sexta-feira “favorecem os fumicultores”, pois não indicam restrições ao plantio do tabaco. “Os países discutirão com os produtores o programa de diversificação, o qual não terá um tempo limite para ser implantado, embora seja por adesão e obrigatório, bem como não haverá proibição de financiamentos para o setor”, afirmou.

O representante da entidade acredita que a presença da comitiva na conferência forçou a representação brasileira no evento a adotar uma postura de defesa dos produtores. “O que antes era falado – erradicar o fumo –, agora mudou para diversificação, bem como o termo recomendação, ao contrário de obrigação”, analisou. Segundo Silva, até o momento o Brasil se posicionou contra a restrição do plantio ou tamanho de área, assim como em relação ao aumento de impostos. “Sentimos uma mudança do governo brasileiro na defesa dos fumicultores. Sabemos que isto tudo vai para votação e esperamos que o Brasil mantenha esse posicionamento.”

Diferente da Fetag, outras entidades ligadas aos pequenos produtores têm demonstrado pouca preocupação com o debate. O dirigente do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Frei Sérgio Görgen, afirma que o evento não é motivo de apreensão. “A COP 6 não é nossa prioridade porque não tem ação sobre a produção. O foco deles é o consumo, sempre foi. O que vai dizer sobre a produção é o mercado. Qualquer ação que vier a prejudicar a produção nós seremos os primeiros a ir contra”, analisa. Görgen acredita que o investimento na produção de fumo orgânico poderia ser uma forma de reduzir os impactos nocivos do produto tanto para o fumicultor, como para quem consome. “Nós defendemos a produção do fumo orgânico, como forma de reduzir os danos à saúde e a dependência.”

DIVERSIFICAÇÃO

Já o coordenador do Centro de Apoio aos Pequenos Agricultores (Capa), Sighard Hermany, de Santa Cruz do Sul, afirma que vem acompanhando o debate, mas a entidade está mais preocupada com o investimento em culturas que possam auxiliar na diversificação das propriedades. “O nosso foco sempre foi a busca de alternativas ao tabaco e a produção de alimentos saudáveis. Temos acompanhado nos noticiários, mas não nos envolvemos muito nessa questão.”

Letícia Mendes
leticia.mendes@gazetadosul.com.br
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