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TABACO SE DESTACA NAS EXPORTAÇÕES DO RIO GRANDE DO SUL

Santa Cruz do Sul/RS – Mola propulsora da economia no Vale do Rio Pardo, o tabaco teve um bom desempenho nas exportações gaúchas no mês de novembro e também no acumulado de janeiro a novembro de 2015. Nesses dois períodos, foi o terceiro produto de maior importância na indústria de transformação. Segundo dados da Fundação de Economia e Estatística (FEE/RS), o segmento de fabricação de produtos do fumo exportou US$ 1,52 bilhão de janeiro a novembro de 2015, 14,5% a menos do que os US$ 1,78 bilhão registrado no mesmo período do ano passado. Apesar do aumento de 2,2% no volume produzido – 367,5 mil toneladas embarcadas em 2015 –, a queda no preço foi de 16,4%.

Mesmo assim, o fumo se manteve como um dos principais segmentos de exportação na indústria da transformação no Estado, que impulsionou as embarques este ano, representando US$ 1,05 bilhão e 80,9% das exportações totais no Rio Grande do Sul. A redução no valor embarcado, que de janeiro a novembro foi de US$ 259,8 milhões, não é exclusividade do tabaco. Dos 23 principais grupos da indústria da transformação, apenas dois apresentaram uma variação positiva. “Tem a ver com o momento atual do País e do Estado. Com menor produção e menos demanda, os preços diminuem – em alguns setores mais e em outros menos. É possível que algum setor específico tenha sentido mais a depreciação do câmbio”, explica o pesquisador em economia da FEE/RS, Tomás Torezani.

Entre janeiro e novembro de 2015, os principais destinos da exportação do tabaco no Rio Grande do Sul foram China (US$ 262,6 milhões), Bélgica (US$ 250,7 milhões), Estados Unidos (US$ 172,6 milhões), Rússia (US$ 89 milhões) e Alemanha (US$ 75,8 milhões). China, Bélgica, Alemanha, Filipinas e Paraguai foram os países que, em dólares, mais reduziram a compra de tabaco. Já Polônia, Turquia, Egito, Estados Unidos e Emirados Árabes foram os que mais elevaram a compra de fumo nos primeiros 11 meses de 2015, em comparação ao ano anterior.

No mês de novembro de 2015, o Rio Grande do Sul exportou US$ 110,9 milhões relacionados ao tabaco, 3,3% a menos do que os US$ 114,6 milhões referentes ao mesmo mês de 2014. Apesar de o volume exportado ter sido 31,8% maior, o preço sofreu uma queda de 26,6%. Em 2015, no mês em questão, 33,1 mil toneladas de fumo foram exportadas. A tendência, conforme Torezani, é que 2015 termine com retração nos valores exportados, pois o cenário do mercado exterior também é desfavorável.

O pesquisador vê mudanças no horizonte a partir de 2016, em especial no segundo semestre. “Acredito que os resultados vão ser mais satisfatórios. Em princípio, parece que o câmbio vai ter um impacto forte e positivo”, diagnosticou. Muitos contratos já fechados apresentam um câmbio defasado. Com o dólar na casa dos R$ 4,00, porém, a tendência é que esse cenário seja diferente no próximo ano. E cabe lembrar que, no caso do tabaco, a alta do dólar é uma via de mão dupla: ao mesmo tempo em que aumenta os ganhos em reais (já que a exportação é feita na moeda estrangeira), os insumos para a produção são importados.

Marília Gehrke/Gazeta do Sul
mariliagehrke@gazetadosul.com.br

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