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Tabaco ganha um porta-voz

Vale do Rio Pardo/RS – Os semblantes de satisfação das autoridades políticas do Vale do Rio Pardo e das lideranças do setor fumageiro ao final da tarde de ontem deixavam claro que a vinda do ministro da Agricultura à região teve o efeito de uma injeção de ânimo para a cadeia. Após um roteiro de aproximadamente cinco horas, em que pôde ver de perto todas as etapas da produção fumageira, desde o trabalho na lavoura, passando pelo beneficiamento até a fabricação de cigarros, Blairo Maggi assumiu, com uma contundência raramente vista quando o assunto é tabaco, o compromisso de defender os interesses da fumicultura dentro do governo federal.

A visita começou pela manhã, no interior de Venâncio Aires, onde o ministro esteve em uma propriedade e conversou com produtores de fumo. Depois seguiu para Santa Cruz, onde foi apresentado à usina de beneficiamento da Souza Cruz e à fábrica de cigarros da Philip Morris Brasil. Durante todo o percurso, foi acompanhado por uma comitiva de peso, o que atestava a importância do ato: o vice-governador José Paulo Cairoli, o secretário estadual de Agricultura Ernani Polo e os deputados federais Luis Carlos Heinze (PP) e Alceu Moreira (PMDB), além de prefeitos e vereadores da região e dezenas de representantes da cadeia produtiva.

Em todas as declarações que fez no decorrer do dia, Maggi não hesitou no reconhecimento da magnitude da fumicultura e da necessidade de se trabalhar pela subsistência da produção – e não pela sua extinção, como chegou a defender, em março deste ano, a sua antecessora no cargo, Kátia Abreu. Ele, aliás, fez críticas à ideologização das políticas agrícolas e deixou claro que o novo governo deve promover um redirecionamento na condução da área. “Nós tínhamos até há poucos dias um governo que tinha uma ideologia muito diferente. E muitas das coisas que estavam sendo decididas tinham um viés ideológico grande”, frisou.

O ministro disse que sua vinda à região teve o objetivo de entender o processo da fumicultura e, a partir disso, contar com mais subsídios para defendê-la. Ele reconheceu que visões distintas coexistem dentro da gestão, mas garantiu que a sua postura será contrária a qualquer obstáculo à produção fumageira. “Um governo é feito de muitos departamentos e o que domina hoje é um pensamento negativo sobre o setor do fumo. Mas da parte do Ministério da Agricultura, o nosso posicionamento é claro.” Maggi assegurou ainda, em pelo menos dois momentos, que essa posição é chancelada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, com quem esteve na terça-feira, quando relatou que viria à região.

As palavras foram comemoradas pelas lideranças. “Daqui o ministro sai muito mais convencido de que é um setor que precisa ser protegido”, resumiu o presidente do Sinditabaco, Iro Schünke. À frente do Sindicato dos Trabalhadores do Fumo e Alimentação (Stifa), Sérgio Pacheco elogiou a disposição do ministro de conhecer a realidade do setor antes de tomar decisões. “Até agora, vínhamos enfrentando grandes resistências do governo, que criticava duramente o tabaco, mas sem conhecer”, disse. Já o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Werner, ressaltou que o setor sai do encontro com mais tranquilidade. “Vamos ter agora alguém que realmente está preocupado com o produtor de tabaco. Estamos um pouco mais confortados”, resumiu. Leia a cobertura completa da visita no Jornal Gazeta do Sul desta quinta-feira.

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