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Em 17% da área, tabaco rende 53% da renda da pequena propriedade

Santa Cruz do Sul/RS – Alicerçado num sistema de produção integrada que assegura a compra de toda a safra pelas indústrias, com remuneração acordada previamente, o setor do tabaco é um dos que maior segurança e renda oferece dentro da agricultura nacional.

Essa verticalidade evita prejuízos com a oscilação de mercado que afeta outras culturas e ajuda a dimensionar a lavoura conforme a demanda. Cerca de 88% da colheita brasileira é exportada, o que exige planejamento estratégico e sintonia entre produtores e indústrias.

O tabaco ocupa apenas 2,64 hectares, em média, o equivalente a 16,8% do tamanho médio das propriedades produtoras, que é de 15,7 hectares. A renda do cultivo, porém, representa expressivos 53,1% da receita anual. Essa proporção de retorno econômico explica por que 162 mil produtores mantêm-se fiéis à atividade. Nenhum outro produto alcança tamanho resultado em pequenas propriedades e tal dimensão de cultivo.

Baseado na agricultura familiar, e na grande maioria dos casos em terrenos de topografia acidentada, o tabaco é um caso de sucesso no minifúndio brasileiro, seja pela rentabilidade, pela segurança de comercialização ou pela diversidade de outras atividades econômicas que comporta. Adaptou-se perfeitamente bem à região e à vocação de seus produtores, com impacto significativo da tecnologia e da assistência técnica.

Estudo da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) mostra que a relação custo-benefício é muito favorável. Para exemplificar, na safra 2013/14, um hectare de tabaco gerou receita de R$ 16,4 mil. A mesma área com milho alcançou R$ 1,8 mil, ou apenas 11% do valor.

Na avaliação de Benício Albano Werner, presidente da Afubra, em pequenas áreas e na proporção em que é produzido no Sul do Brasil, o tabaco é insuperável. “Alguns produtos, como olerícolas, em pequena escala podem gerar faturamento próximo, mas à medida em que a produção e a oferta ao consumidor crescem, cai o valor de mercado”, explica.

Por sua vez, Romeu Schneider, presidente da Câmara Setorial do Tabaco, diz que a participação dessa lavoura é tão efetiva na renda do produtor que em algumas propriedades ele é justamente a cultura de diversificação. “Nesse caso, o tabaco é complementar aos cultivos tradicionais, para assegurar o ingresso de recursos que não se consegue com outras atividades”, acrescenta.

Cleiton Santos
cleiton@editoragazeta.com.br
 
Renda do tabaco
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