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Trabalho não para nas propriedades fumicultoras

Santa Cruz do Sul/RS – A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) estima que 45% do tabaco já foi comercializado no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná – aproximadamente 310 mil toneladas. No Vale do Rio Pardo, os produtores já entregaram para a indústria 50% do safra 2018/19. Segundo o presidente da entidade, Benício Albano Werner, as pesquisas realizadas junto aos produtores gaúchos mostram que haverá uma pequena redução de produtividade em relação ao ciclo anterior. No entanto, a qualidade do produto, de modo geral, é considerada positiva.

Se considerarmos a zona Sul, que na safra passada teve problemas climáticos e, consequentemente, uma qualidade inferior, nesta safra o clima foi favorável e a qualidade está superior”, ressalta. Até esse sábado, o dirigente ressalta que o preço médio praticado nos três estados era de R$ 9,54 por quilo, contra a média final da safra 2017/18 de R$ 9,29 – aumento médio de 2,9%. “Comparado ao aumento concedido pelas empresas na tabela, o percentual concedido é superior ao percentual praticado na comercialização até o momento. Podemos deduzir, então, que está ocorrendo, sim, uma maior rigidez na compra.”

Em Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires, uma comitiva formada pela Afubra, Fetag e Farsul realizou as visitas às indústrias nos dias 3 e 4 de abril para acompanhar a comercialização. Já em Santa Catarina e no Paraná, comitivas visitaram as empresas na segunda semana de abril. Werner ressalta que não foram observado muitos problemas durante as vendas nas esteiras, entre produtor e empresa compradora. “Iremos acompanhar mais vezes esta comercialização e também contamos com nossa equipe de campo percorrendo as propriedades de nossos associados e coletando informações sobre a compra e qualidade do produto.”

Enquanto seguem os negócios, os fumicultores já começam a preparar a nova safra. No litoral catarinense e no oeste paranaense, as famílias já estão plantando a nova safra de tabaco. A região do Vale do Rio Pardo e a parte baixa da região Centro Serra darão início à semeadura em meados de maio em diante. Na propriedade do produtor Silvério Luís Weber, em Linha João Alves, interior de Santa Cruz do Sul, o substrato e as sementes para o novo plantio já estão comprados. Na lavoura, o produtor já preparou em torno de 20% dos cinco hectares que serão destinados à cultura.

Este ano, a ideia é plantar 15% a menos em função dos altos custos produtivos da atividade. “É preciso apostar mais em qualidade do tabaco”, justifica. Na safra 2018/19, ao lado da esposa Adriane Inês Weber, colheu 15 mil quilos de tabaco Virgínia – um total de 50% desse montante foi entregue para a indústria até o momento. Na área de 8,5 hectares, o casal também aposta na criação de animais e no plantio de alimentos para subsistência, como milho, feijão, mandioca e verduras.

Afubra recomenda cautela aos produtores

Conforme o presidente da Afubra, Benício Albano Werner, está muito claro que o consumo do cigarro vem caindo ano após ano. “E, o que é mais prejudicial para o produtor brasileiro, é o inconsequente aumento do plantio de tabaco dos países africanos. Destaca-se, no Virgínia, Zimbabwe, que, em questão de oito a dez anos, passou de em torno de 50 mil toneladas para em torno de 270 mil toneladas na safra 2018/2019. No Burley, temos o Malawi, que deve ficar em torno de 190 mil toneladas, e Moçambique deve chegar perto de 100 mil toneladas.  Temos ainda a Zâmbia e a Tanzânia que também estão incrementando a produção de Virgínia”, conta.

Para os produtores brasileiros, o dirigente ressalta que a maior preocupação no momento não é tanto a redução no consumo, mas, principalmente, o aumento da produção de tabaco na África, onde a atividade recebe um incentivo muito grande dos governos, pois é o principal produto na balança de pagamento. “Uma recomendação que a gente quer dar para nossos produtores é de, sob hipótese alguma, aumentar a área e sim, se possível, diminuí-la. Por outro lado, o grande trunfo para nós ficarmos no mercado internacional é produzirmos qualidade, que ainda é a grande garantia que nosso tabaco tem no mercado internacional.”

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