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Setor volta a perguntar qual a postura do Brasil na COP

Texto: Heloísa Letícia Poll

Santa Cruz do Sul/RS – Em torno de 500 pessoas ligadas à cadeia produtiva do tabaco foram ao pavilhão central do Parque da Oktoberfest, em Santa Cruz, na tarde dessa segunda-feira, para participar de audiência pública realizada pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados. Presidida pelo deputado federal Alceu Moreira, a reunião definiu o encaminhamento de dois documentos para o governo federal, cobrando mais atenção às demandas do setor.

Os participantes discutiram o acesso dos produtores de tabaco ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e a participação do Brasil na 8ª Conferência das Partes (COP-8) da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco (CQCT), que ocorrerá de 1º a 6 de outubro deste ano, em Genebra, na Suíça. A partir dos apontamentos feitos nessa segunda, dois documentos serão elaborados. Um deles, a Carta de Santa Cruz, será endereçado para o Banco Central e propõe uma reavaliação das restrições de financiamento agrícola.

O outro documento, endereçado à Casa Civil, faz uma cobrança quanto à postura brasileira na COP-8. “Queremos que o governo federal torne público o texto que será levado à Suíça em outubro”, ressaltou Moreira. Ao mesmo tempo, a comissão quer saber se representantes seus poderão fazer parte da delegação que irá participar das discussões em Genebra.

Entre os integrantes da mesa, o tesoureiro da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco), Giovane Wickert, destacou a importância do setor para o desenvolvimento da região. “Nos municípios produtores, nós temos os menores índices de êxodo rural e mais qualidade de vida. No campo, nós temos resultados. Por isso é importante que os produtores tenham acesso a financiamentos”, destacou.

O presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, Romeu Schneider, relembrou as experiências vividas ao longo das últimas semanas, em Brasília. No começo de setembro, representantes do setor de tabaco foram recebidos pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, para discutir a participação brasileira na COP-8. Na ocasião, já questionaram qual seria a postura do Brasil e Padilha prometeu uma resposta para breve. “Nós temos percebido, ao longo dos últimos anos, que só estão impondo restrições ao setor. Isso precisa mudar”, defendeu Schneider.

Ao longo da tarde, diversas entidades da cadeia produtiva fizeram os seus apontamentos. A Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo), o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco) e a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) foram algumas delas. Também participaram da audiência pública dessa segunda-feira os deputados estaduais Marcelo Moraes e Edson Brum.

Na expectativa

Entre os espectadores, o produtor rural Daniel Voelz, de 37 anos, aguardava ansioso pelo desfecho da audiência. Na propriedade onde mora, em Linha Ferraz, no município de Vera Cruz, ele cultiva cinco hectares de tabaco. O plantio, feito com o auxílio da mulher, é a principal fonte de renda da família.

Na propriedade de sete hectares o principal obstáculo, segundo o agricultor, é a falta de incentivos. “Há cinco anos adquirimos um secador de milho por meio de financiamento e foi bem complicado. Se continuarmos assim, o pessoal vai começar a ir para a cidade”, afirmou.

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