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PROJETO PROTETOR DAS ÁGUAS VIRA POLÍTICA PÚBLICA

Santa Cruz do Sul/RS – O projeto Protetor das Águas, desenvolvido pela Universal Leaf Tabacos no interior do município gaúcho de Vera Cruz, passa a ser classificado como política pública de pagamento por serviços ambientais (PSA). O reconhecimento é da Prefeitura de Vera Cruz e da Agência Nacional de Águas (ANA). O Protetor das Águas desenvolve ações de preservação das nascentes dos arroios Andréas e Dona Josefa.

A Prefeitura criou uma lei isentando os produtores integrados ao projeto do pagamento da tarifa de água. Trata-se de mais uma forma de PSA, que se soma à iniciativa criada em 2011 pela Fundación Altadis (entidade ligada ao grupo Imperial Tobacco) e empresa Universal Leaf Tabacos, com execução técnica da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Na justificativa da lei consta que “é o trabalho e o cuidado dos agricultores, proprietários das terras onde se encontram as nascentes, o mais importante na preservação e proteção das fontes”.

Segundo o coordenador da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Vera Cruz, Gilson Becker, o PSA de isenção da taxa de água instituído pelo município abrange os produtores que participam do Protetor das Águas, bem como os proprietários de áreas onde se localizam poços subterrâneos, fontes naturais, pontos de captação de água bruta, reservatórios e pontos de recalque do sistema municipal de abastecimento. Segundo ele, um manancial com água de melhor qualidade garante a segurança da origem da água e reduz o uso de produtos químicos, principalmente em eventos de chuvas fortes que vão assim causar menos erosão, além de evitar o assoreamento do leito.

Para garantir a continuidade do benefício, os produtores terão que continuar preservando as áreas. “Será exigido que mantenham as áreas de preservação, as cercas e a proteção das nascentes, onde será realizada uma vistoria anual de verificação”, acrescenta Gilson Becker. E essa disposição em continuar preservando é consenso entre os produtores, independente dos rumos que o projeto tomar a partir do final de 2015, quando será encerrada a fase de implantação.

Jacinta e Ingbert Kunz (foto: Carlos Nyland/Divulgação)
Jacinta e Ingbert Kunz (foto: Carlos Nyland/Divulgação)

Com orgulho de fazerem parte da ação pioneira no Rio Grande do Sul que levou novos paradigmas em assuntos de proteção ambiental ao meio rural, os produtores mostram ter consciência da importância das suas atitudes. O casal Ingbert e Jacinta Kurz já cuidava das nascentes, pois a fonte principal da propriedade desce de uma encosta onde a mata predomina por ser área de declive. Mas, com o Protetor das Águas, o terreno foi isolado dos animais e os bovinos deixaram de ter acesso direto à nascente. Agora, com vegetação ainda mais densa nos 4,32 hectares de preservação, eles dizem perceber que a água está mais limpa. “Os animais não conseguem chegam no arroio, não pisoteiam e não desbarrancam”, diz Jacinta.

Eles contam que a vertente preservada era muito boa e serviu à família desde o fim do século 19, quando o bisavô de Ingbert adquiriu a propriedade. “Era de onde a gente tirava água para abastecer a casa e a propriedade até 1998, quando o abastecimento público chegou”, conta o produtor. Agora, já fizeram a solicitação para a isenção da tarifa e contam com abastecimento gratuito.

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Gladis e Geraldo Finkler (foto: Carlos Nyland/Divulgação)

OS PEIXES VOLTARAM

Se o casal percebeu melhoria na qualidade da água, na propriedade de Geraldo e Gladis Finkler, as mudanças foram grandes. O riacho que passa ao lado da residência teve seu volume de água aumentado significativamente e, em função disso, os peixes reapareceram. Ou seja, a natureza se reequilibrou e voltou a fazer o seu papel. “Agora se pode pescar jundiás, lambaris e cascudos”, relata Geraldo. Através do Protetor das Águas, foram feitos quase mil metros de cerca na propriedade, pois as áreas de criação de bovinos e de lavouras iam até o curso d’água. Com as cercas, a vegetação cresceu e um grupo de escoteiros fez o plantio de algumas mudas de árvores. Eles dizem que a área isolada, de sete metros cada margem do arroio, faz pouca falta, mas consideram o pagamento do PSA importante para manter a conscientização.

O produtor Marcos Kohler, que já era conhecido na localidade por levantar a bandeira da preservação ambiental, atribui a melhoria da qualidade dos arroios ao trabalho conjunto que agora é feito com dezenas de produtores. “O projeto mudou a consciência da comunidade e os pagamentos são importantes para continuar a ter bons resultados”, diz. E Wilson Moeller, que usava água de um poço da propriedade, julga muito bom o incentivo com a isenção da tarifa da água.

PRESERVAÇÃO DOS SOLOS

Com a visão de que água e solo são indissociáveis e o uso da terra pode influenciar o estado dos recursos hídricos de modo positivo ou negativo, as próximas ações a serem implementadas dentro do Protetor das Águas serão direcionadas à conservação das propriedades. Segundo o coordenador técnico do projeto, Dionei Minuzzi Delevatti, além da proteção de nascentes, deverão ser iniciados os trabalhos de conservação de solos, através de práticas como o plantio direto, o cultivo mínimo, a readequação das estradas rurais e a proteção de taludes dos arroios. A implementação destas ações deverá ser feita com o auxílio da ANA, que deverá oferecer apoio técnico e financeiro.

Assessoria de Comunicação da Universal Leaf Tabacos
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