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Projeto mostra o caminho até a propriedade sustentável

Canoinhas/SC – Um dos grandes desafios para os agricultores é tornar a propriedade rural sustentável, tanto em termos econômicos quanto ambientais. No caso de produtores de tabaco de duas regiões de Santa Catarina, a receita para atingir o ponto ideal de gerenciamento das atividades agrícolas tem sido repassada por técnicos por meio de um projeto-piloto, batizado de Diversificação. A iniciativa, que teve início em 2012, é desenvolvida em parceria pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de Santa Catarina (Fetaesc), pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e pela Souza Cruz.

O projeto envolve 80 propriedades rurais que cultivam tabaco, nas regiões do Planalto Norte, tendo Canoinhas como cidade-polo, e do Alto Vale, com Ituporanga como município de referência. Durante os dois primeiros anos do trabalho, os técnicos da Souza Cruz realizaram o levantamento de dados, que deu origem ao diagnóstico das áreas envolvidas.

No dia 28 de outubro, durante as comemorações do Dia do Produtor de Tabaco, em Canoinhas, o assessor de planejamento da Fetaesc, Irineu Berezanski, apresentou os resultados obtidos nas 46 propriedades participantes no Planalto Norte. Os dados coletados foram submetidos aos cálculos do Índice de Diversificação Atual (IDA), cuja média recomendada é de 3,2. Nas áreas analisadas na região, a média ficou em 2,7.

Berezanski explica que uma propriedade sustentável precisa ter um negócio principal, que gere 42% da receita bruta, e outros três, que tenham participação de 30%, 20% e 8% do total da rentabilidade. “Os produtores devem se preocupar em ter uma atividade que dê fluxo de caixa, como bovinocultura de leite; outra de safra, que seria o tabaco; outra que dê segurança, como o plantio de florestas; e uma quarta que seja uma proposta inovadora”, recomenda.

Nas propriedades que participam do projeto-piloto, na região de Canoinhas, 46% da renda vem do cultivo do tabaco. As demais atividades presentes são milho (24%), soja (13%), reflorestamento (8%), leite (2%), melancia e batata (2%) e trigo (1%). Terminada a fase de diagnóstico, os técnicos da Souza Cruz passarão ao atendimento individual dos produtores, com planejamento de novas propostas a serem desenvolvidas.

Além do incremento de renda, o assessor da Fetaesc aponta como vantagens da diversificação da propriedade a diminuição do risco econômico, a ocupação da mão de obra e do maquinário durante o ano todo, e o uso de uma atividade como insumo da outra, caso do milho para alimentar os suínos. “É preciso levar em conta também a vocação da terra e a vontade do agricultor. O ideal é não fazer muita coisa, porque ele acaba não se especializando em nada”, observa.

Erna Regina Reetz
erna@editoragazeta.com.br
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