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Produtor tem o lucro do ano furtado em uma madrugada

Sinimbu/RS – Produtor de tabaco, Paulo Rogério Goldschmidt levou um susto na manhã do último dia 1º, um domingo. Quinze mil mudas de sua produção, prontas para serem transplantadas das bandejas para a lavoura, haviam sumido. O caso inusitado chamou a atenção dos cerca de 350 moradores da localidade de Linha Estância Schmidt, no interior de Sinimbu. “Não era possível acreditar que esse tipo de furto aconteceria aqui, tanto que meus vizinhos duvidaram quando contei”, diz. O caso teria ocorrido na madrugada de 31 de agosto para 1º de setembro. Conforme o agricultor, os ladrões arrancaram as mudas e deixaram as bandejas no local. “Muito provavelmente colocaram num saco e levaram embora sem fazer nenhum barulho”, comenta o agricultor.

A residência da família Goldschmidt fica a cerca de 300 metros do ponto da lavoura onde as mudas estavam amadurecendo para serem transplantadas. “Desde junho elas estavam nas bandejas e pretendíamos plantá-las ainda no fim de agosto. O clima seco, no entanto, não permitiu que fizéssemos o serviço no prazo. Infelizmente, na madrugada do dia 31, as mudas foram furtadas”, conta o filho de Paulo, Matheus Goldschmidt, que ajuda o pai na safra e também cuida dos irmãos Vinícius, de 14 anos, e Otávio, de 7.

Paulo e Matheus lamentam o furto da produção que é a fonte de renda da família

Sem lamentações, é hora de juntar forças e trabalhar

Também plantando milho, feijão e mandioca para consumo próprio, a família Goldschmidt conta com uma renda anual proveniente apenas da sua produção de tabaco. Eles plantaram 63 mil mudas nesta safra. Conforme Paulo, as 15 mil furtadas representam um prejuízo de R$ 1,5 mil.

“O que foi levado em mudas pode não ser considerado um valor tão representativo. Mas se for contar o que essas mudas iriam produzir ao final da safra, chega a um prejuízo de R$ 15 mil”, explica. “O que roubaram era o lucro do ano. Como precisamos vender em valores pré-estabelecidos para a empresa em que temos o financiamento de adubo e outros insumos, esse valor era o que sobraria do pagamento das contas para passarmos o ano.” O agricultor precisou buscar na vizinhança a alternativa para recuperar um pouco do prejuízo. “Algumas mudas eu comprei; o resto, o meu cunhado e os vizinhos vão me ajudar com as sobras das plantações deles.”

As novas plantas, no entanto, não estarão na mesma qualidade das furtadas, semeadas sob medida pela família. “As nossas estavam com o folhado forte, haviam sido podadas três vezes e estavam no ponto”, lamenta o filho Matheus Goldschmidt. Para evitar novos furtos, a família não descarta instalar câmeras nas redondezas para conferir a movimentação. O local de instalação das bandejas também pode ser alterado, para um melhor monitoramento da família. “Não é o melhor solo, mas diante do que aconteceu, vou avaliar essa mudança para uma área junto a nossa casa”, comenta Paulo.

Ainda inconformado com o ocorrido, o agricultor de Sinimbu junta forças com a esposa Simone Mueller para dar sequência à produção. “Não desejo mal para quem fez isso, mas é uma forma de obter vantagem que não traz felicidade. Trabalhamos de forma justa e infelizmente existem pessoas que destroem um esforço de muito tempo”, diz. “Não é fácil, mas não dá pra ficar lamentando. Temos que trabalhar para sustentar nossa família.”

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