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Preço bom ameniza quebra na safra

Santa Cruz do Sul/RS – A produção de tabaco na safra 2015/2016 terá uma queda histórica. Conforme estimativa da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), a produção deve atingir somente 557,6 mil toneladas. O número é quase 25% menor que o da safra passada, que chegou a 695,8 mil toneladas. Para se ter uma ideia, em 2000, com 13,4 mil hectares a menos plantados, a produção chegou a 539 mil toneladas. O excesso de chuvas e o granizo foram os grandes responsáveis pelo mau desempenho nas lavouras.

Em compensação, o preço praticado pela indústria pode amenizar o prejuízo dos fumicultores. Com quase 65% do tabaco comercializado, o valor médio pago pelo quilo está em R$ 9,75. Em 2014/2015, a média foi de R$ 7,23. Isso significa quase 35% de incremento. Assim, apesar da menor produtividade, a safra atual pode atingir R$ 5,4 bilhões, 8% a mais do que os R$ 5 bilhões do último período.

A Afubra estima que em Santa Cruz do Sul as 11,9 mil toneladas de tabaco produzidas rendam R$ 116 milhões. Na soma de 15 municípios do Vale do Rio Pardo, a safra deve atingir R$ 795 milhões. São previstas na região 81,5 toneladas, nos 38,9 mil hectares plantados com fumo. Ou seja, uma produção média pouco superior a 2 mil quilos por hectare. Em todo o território gaúcho, a associação calcula um rendimento de 257,7 mil toneladas, nos 131,9 mil hectares cultivados. No Estado, o valor estimado é de R$ 2,5 bilhões neste ano.

O presidente da Afubra, Benício Albano Werner, considera que a quebra da safra no Vale do Rio Pardo deva ficar entre 30 e 35%. Segundo ele, na média geral da região produtora, os prejuízos causados pelas intempéries devem ficar em torno de 25%. “Realmente tivemos prejuízos muito grandes nesse ano em virtude do clima. Temos uma folha mais fina, mas de maior oleosidade e elasticidade. Isso significa qualidade para o fumo”, explica.

Werner projeta que a média paga pelo tabaco pode ser ainda superior à atingida até o momento. Ele pondera que para além da qualidade, o valor praticado pela indústria tem muito a ver com a lei da oferta e da demanda. Por isto, o dirigente alerta que os produtores não se empolguem com os preços e tenham cautela na próxima safra. “Se mantivermos a mesma área plantada, vejo que vamos ter outra vez bom preço. E se não tivermos essa questão de quebra de safra como neste ano, o produtor vai ter também uma boa safra em termos de remuneração e resultado”, avalia.

Embora o preço esteja em um patamar bem superior ao do ano passado, não chega a cobrir os prejuízos. “Podemos dizer que o preço ajudou o produtor, mas que compensou, não, porque faltou a produtividade. Se a quebra tivesse sido de apenas 20%, com esse incremento no preço, teríamos uma sobra. Mas com a quebra de 35%, não temos uma compensação.”

Exportações mais aceleradas
As exportações nos meses de janeiro e fevereiro do ano passado atingiram 55,8 mil toneladas. No mesmo período deste ano, já são 56,4 mil toneladas. No entanto, o preço tem sido um problema. “Enquanto no ano passado tínhamos uma média de 5,13 dólares, esse ano tivemos somente 4,53 dólares. Então temos que recuperar os preços que já estiveram acima de 5 dólares. Quando iniciar a comercialização desta safra, seguramente isso vai acontecer”, diz o presidente da Afubra.

Sistema Mutualista
Dos R$ 122 milhões em indenizações pelo granizo, a Afubra ainda precisa pagar R$ 10,7 milhões. Conforme Benício Werner, o valor só não está quitado porque a entidade aguarda o pagamento da contribuição de alguns associados. “Assim que ele pagar sua contribuição receberá o valor”, alega o presidente. Texto: Leandro Porto (porto@gazetadosul.com.br)

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