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População quer a liberação do cigarro eletrônico

Por Pedro Garcia- Jornal Gazeta do Sul

Santa Cruz do Sul/RS – Enquanto a venda de cigarros eletrônicos e tabaco aquecido segue proibida no Brasil, uma pesquisa do Datafolha apontou que a maior parte da população é favorável à regulamentação desses produtos – considerados menos nocivos à saúde do que o cigarro tradicional.

Contratado pela Philip Morris Brasil (PMB), o estudo foi realizado em julho, com 1.982 entrevistas em 129 municípios. Embora o consumo de produtos alternativos venha crescendo na maior parte do mundo nos últimos anos e as grandes empresas de tabaco estejam investindo pesado nesse segmento, os números mostram que, no Brasil, eles são praticamente desconhecidos. Nada menos que três quartos dos entrevistados disseram jamais ter ouvido falar nesses produtos. Os produtos de tabaco aquecido, por exemplo, que já são vendidos em dezenas de países, são conhecidos por somente 1% dos brasileiros.

A pesquisa também indica que, se fossem liberados, os produtos encontrariam adesão no Brasil. Mais de 80% dos entrevistados que são fumantes responderam que estariam dispostos a trocar o cigarro por um produto menos prejudicial. Dentre os motivos mais citados para isso estão melhoria na qualidade de vida (81%) e redução nos problemas de saúde (76%).

O levantamento surge em meio a um momento em que gigantes do setor de tabaco dão passos decisivos rumo a uma transformação do mercado que é a base da economia do Vale do Rio Pardo, com a substituição gradativa de cigarros por dispositivos eletrônicos. Em dezembro do ano passado, por exemplo, a Philip Morris anunciou que suspenderia a venda de cigarros no Reino Unido. “É indiscutível que a maioria dos fumantes tem plena consciência dos danos causados pelo hábito de fumar. Contudo, muitos ainda continuarão fumando. Existindo soluções que tem o potencial de reduzir os danos, por que elas não estão hoje disponíveis?”, alega o diretor de Assuntos Corporativos da Philip Morris Brasil, Fernando Vieira. A proibição vigora desde 2009, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma resolução vedando o comércio e importação de dispositivos eletrônicos voltados ao fumo. A alegação é de que não há comprovação científica quanto à segurança desses produtos.

Entenda: o que são os produtos?

Cigarro eletrônico – Não utiliza tabaco, apenas uma solução líquida de nicotina. Quando o usuário dá  a tragada, a nicotina é aquecida, gerando um vapor.

Tabaco aquecido – Possui tabaco na composição. Diferente do cigarro tradicional, porém, o tabaco não é queimado, apenas aquecido a uma temperatura controlada, gerando um vapor.

Por que eles são mais seguros do que o cigarro?

Tanto o cigarro eletrônico quanto o produto de tabaco aquecido dispensam a combustão em sua utilização. Estudos indicam que é justamente na queima do tabaco que a maior parte dos componentes tóxicos do cigarro são liberados. Ao eliminar esse processo, o prejuízo se tornaria bem menor, apesar dos danos diretamente associados à ingestão de nicotina. Sem a fumaça, o impacto sobre a qualidade do ar em locais fechados também é menor e o usuário deixa de ser um gerador de fumantes passivos.

Quais produtos já existem?

Philip Morris International (PMI) – A multinacional possui quatro plataformas de produtos de risco reduzido em diferentes estágios de desenvolvimento e comercialização, mas o carro chefe é o IQOS, produto de tabaco aquecido que encerrou 2017 com presença em 30 países e em todos os continentes.

British American Tobacco (BAT) – Uma das frentes envolve os cigarros eletrônicos, segmento no qual a controladora da Souza Cruz é líder mundial com a marca Vype. Em outra frente, a empresa já vende o GLO – produto de tabaco aquecido – em países como Japão, Coreia do Sul, Suíça, Canadá e Rússia.

Japan Tobacco International (JTI) – A multinacional comercializa um produto de tabaco aquecido, o PLOOM TECH, em países como Japão, Suíça, Estados Unidos e Canadá. Já o vaporizador Logic Pro é vendido em locais como França, Itália, Reino Unido, Irlanda, Grécia, Alemanha, Rússia, Estados Unidos, Coreia do Sul e Áustria.

Três Conclusões da Pesquisa

Produtos alternativos são desconhecidos da maioria

  • 87% não conhecem nenhum produto menos prejudicial do que o cigarro
  • 65% acreditam que não existe nenhum produto com essas características
  • 75% disseram nunca ter ouvido falar sobre cigarro eletrônico ou tabaco aquecido
  • 72% não sabem que esses produtos são proibidos no Brasil

Maioria dos fumantes trocaria o cigarro  por produtos alternativos

  • 82% dos fumantes trocariam o cigarro por uma opção menos prejudicial
  • 78% dos não fumantes indicariam uma opção menos prejudicial para algum amigo ou parente fumante

Maioria da população apoia regulamentação desses produtos

  • 79% são favoráveis a que o governo permita que os fumantes tenham acesso a esses produtos
  • 73% são favoráveis a que as empresas possam desenvolver e comercializar esses produtos

Brasil tem 26,4 milhões de fumantes hoje

O volume de fumantes no Brasil chega atualmente a 26,4 milhões de pessoas, o equivalente a cerca de um quinto da população. Segundo a pesquisa Datafolha, a maioria dos fumantes é homem (56%) e a idade média é 42 anos.

O estudo mostra ainda que a maior parte deles tem ensino fundamental (52%), integra a classe C (48%), trabalha (79%) e tem filhos (73%). O consumo de cigarros é mais forte no interior (55%) do que na capital e na região Sudeste (52%).

De acordo com o levantamento, a média diária de consumo entre os fumantes é de 13 cigarros, enquanto 4% da população costuma fumar um maço (20 cigarros) a cada dia e 1% fuma de um a dois maços. Além disso, cerca de 88 milhões de pessoas (57%, seis em cada dez pessoas) declararam conviver diariamente com amigos e parentes que fumam.

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