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Negociações terminam sem acordo sobre preço do tabaco

Texto: Carmem Ziebell, Jornal Gazeta do Sul

Santa Cruz do Sul/RS – A expectativa das entidades representativas dos produtores, de que o preço do tabaco na safra 2017/2018 seria definido até o dia 20, não se concretizou. A rodada de negociações de ontem terminou sem acordo, apesar de a comissão interestadual dos agricultores ter baixado o percentual de reajuste solicitado na primeira reunião com as empresas, que era de 4,7% sobre a tabela da safra passada, para 2,7%.

Ao longo da manhã desta quarta-feira, a comissão interestadual dos produtores, formada por membros da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e das federações dos sindicatos rurais (Farsul, Faesc e Faep) e dos trabalhadores rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep), se reuniu com sete indústrias fumageiras, individualmente, para discutir o assunto. De acordo com o presidente da Afubra, Benício Werner, não houve e nem haverá acordo, pois pelo regimento interno elaborado pelo Fórum Nacional de Integração do Tabaco (Foniagro), as empresas precisariam apresentar o percentual de aumento para a safra 2017/2018 neste mês.

Werner afirma que as propostas apresentadas pelas indústrias não  repõem a variação do custo de produção. “Das sete empresas, duas informaram que vão praticar a mesma tabela de preços que utilizaram na safra passada, sem reajuste”, conta Werner.  As demais apresentaram percentuais de aumento, mas com índices que ficaram aquém dos 2,7% solicitados sobre a tabela da safra anterior – considerada oficial pelas entidades e que surgiu a partir do único acordo fechado no ciclo passado, com a  Souza Cruz.

Na primeira rodada de negociações, ocorrida nos dias 6, 7 e 8 deste mês com dez fumageiras, a comissão propôs reajuste de 4,7% sobre a tabela acordada no ciclo anterior. O percentual teria considerado o índice de variação do custo de produção e uma margem de lucratividade para o agricultor. Porém, o resultado não foi positivo. Ontem, em busca de um acordo, as entidades propuseram  somente  o reajuste  de 2,7%. Isso significa que as demais empresas precisariam ajustar suas tabelas àquela considerada oficial e, sobre os valores ajustados, aplicar este índice de aumento – o que não aconteceu.

Pressão

O presidente da Afubra, Benício Werner, frisa que as entidades representativas dos produtores não aceitam os preços das empresas e farão  um “rigoroso acompanhamento” da venda da safra atual. Uma comissão formada por representantes da Afubra e das federações dos sindicatos rurais e dos trabalhadores rurais fará o monitoramento da entrega nas indústrias. Além disso,  se necessário, serão feitas  mobilizações para garantir que os valores pagos pelo tabaco sejam satisfatórios para os produtores.

Na avaliação do presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag/RS), Carlos Joel da Silva, as negociações foram muito ruins. “As empresas não querem repor o custo de produção para o produtor e esse custo até já está defasado, porque subiu o valor da energia elétrica e dos combustíveis”, ressalta.

Silva entende que se não tem aumento para o agricultor, a classificação não pode ser rigorosa como no ano passado. “Isso será cobrado das empresas. E haverá pressão. Se o produtor não for valorizado, nos restará realizar mobilizações, e nós vamos fazer. Já fizemos na questão do leite e, se preciso, faremos no caso do tabaco também”, acrescentou.

O presidente da Comissão do Fumo da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Mauro Flores, diz que os representantes dos agricultores saíram insatisfeitos, pois reduziram o percentual solicitado e “as indústrias não flexibilizaram em nada”.

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