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Granizo destruiu lavouras da região

Texto: Heloisa Corrêa (heloisa.correa@gazetadosul.com.br)

Santa Cruz do Sul/RS – O cenário construído pelo temporal deste domingo pelo interior da região é preocupante. A chuva de granizo, que durou meia hora, deixou boa parte das lavouras de tabaco com as folhas perfuradas ou totalmente no chão. Assim, a safra que estava se desenvolvendo com uma grande expectativa de qualidade e venda acabou ficando “só no talo”. Em todo o Vale do Rio Pardo, a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) recebeu 811 chamados até o fim da tarde de ontem.

Conforme o gerente técnico da Afubra, Paulo Vicente Ogliari, Rio Pardo foi o município mais afetado. Lavouras do interior da cidade histórica ficaram devastadas. Em 35 anos como produtor, Lauro dos Santos Pereira, afirma nunca ter presenciado situação parecida. Morador da localidade de João Maura, no 3º Distrito de Rincão Del Rey, ele perdeu toda a produção do ano: 100 mil pés de tabaco.

Pereira havia terminado o plantio no fim de julho e, ao meio-dia de domingo, ele comemorou a conclusão do desponte da plantação. O plano do agricultor, a partir de agora, é refazer as lavouras e tentar a sorte semeando o tabaco novamente e esperando a rebrota de alguns pés. “A época do ciclo de produção já passou, mas vou tentar, para o ano não passar em branco”, disse. Conforme Pereira, o prejuízo deve ser de, mais ou menos, R$ 220 mil.

Além de Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Vera Cruz e Passo do Sobrado também registraram danos com a queda de granizo. A expectativa é de que, até o fim da semana, o número de notificações na região passe de mil. Neste ano, a incidência de granizo voltou à normalidade, segundo Ogliari. 2016 foi um ano atípico, com ocorrências abaixo da média. No mesmo período do ano passado, havia registro de 1.038 casos. Em 2017, até ontem, o número já passava de 1,4 mil.

Pouca chance de recuperação

De acordo com gerente técnico da Afubra, Paulo Vicente Ogliari, esse estágio de desenvolvimento do tabaco – praticamente pronto para a colheita – é o pior momento para que uma intempérie atinja as lavouras. “Se acontece logo que o tabaco é plantado, o produtor tem prejuízo, mas ainda dá tempo de recuperar. Agora, é quase impossível, pois a planta completou todo o ciclo”, explicou.

O agricultor Luis Roberto Gehring, de Rincão Del Rey, não pretende retomar a plantação. “Vou só contabilizar o prejuízo”, lamentou. Gehring estima que deixe de ganhar pelo menos R$ 80 mil. Ele havia plantado 52 mil pés de tabaco e se preparava para iniciar a colheita na próxima semana.

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