EXPEDIÇÃO: OS GIGANTES DA PRODUÇÃO EM SANTA CATARINA
|Jaguaruna/SC – Nosso último dia de viagem foi dedicado aos gigantes do tabaco, produtores do Litoral Sul de Santa Catarina que superam a marca de 1 milhão de pés cultivados. Um deles é Filipe Francisco, 29 anos, do município de Jaguaruna. A plantação ocupa uma área de 58 hectares e a safra dura o ano inteiro, dividida em duas etapas: o primeiro plantio é feito em abril e, o segundo, entre junho e julho.
Os números da propriedade impressionam: são 100 canteiros para o preparo das mudas, 16 estufas de 280 grampos cada, 20 caminhões de lenha consumidos a cada safra e até 28 trabalhadores no auge da colheita. A média de produtividade é boa se considerado o solo arenoso: 2.450 quilos por hectare.
Com 2,5 quilômetros de uma ponta a outra da lavoura, Francisco se viu obrigado a utilizar uma colheitadeira. A máquina, adaptada pelo tio dele, leva os trabalhadores sentados e na sombra, o que agiliza o trabalho. “Meu avô era produtor de tabaco e passou isso para os filhos. Para mim, é um orgulho manter a tradição da família”, comenta o jovem, que é técnico agrícola.
Uma das lavouras de Francisco fica ao lado da Lagoa Arroio Corrente, que abastece a cidade de Jaguaruna, e a menos de um quilômetro do mar, separada apenas pelas dunas. “No verão dá tempo até de pegar uma prainha no fim da tarde”, confessa.
GÁS NA ESTUFA
No município vizinho de Araranguá, um grupo de fumicultores que também produz mais de 1 milhão de pés por safra testa há quatro anos o uso de gás liquefeito de petróleo (GLP) como combustível para duas das 19 estufas da propriedade. A queima não produz fumaça e, com sistema automático, exige menos cuidados por parte do produtor durante o processo de cura.
Segundo um dos sócios, Ézio Oliveira, de 60 anos, o problema é o preço: o gás custa o dobro da lenha, inviabilizando o uso em larga escala. “Mas é uma alternativa que temos aqui. Esperamos que um dia seja mais econômico usar o gás. É melhor para a rotina do produtor e para o meio ambiente”, resume Oliveira, que já está preparando os 80 canteiros de mudas. “Nem terminamos uma safra e já começamos o trabalho da outra”, destaca.
Igor Müller e Bruno Pedry
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Como fumante (não sou fumicultor), desejo boa sorte aos fumicultores que enfrentam essa maldita onda antitabagista, e políticos que fazem as vontades deles. Torço para dar tudo certo com os produtores do fumo que eu consumo, tanto faz se for cigarro industrializado ou palheiro. Sem fumicultor não tem fumante.