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Entrevista: O que diz Wilson Rabuske, investigado na Operação Colono

O senhor já teve acesso ao conteúdo do inquérito da Polícia Federal?

Não. Tudo o que sei é através da imprensa. Desde abril estamos tentando tomar conhecimento das denúncias e nos colocando à disposição dos órgãos competentes. Já solicitamos ao Supremo Tribunal Federal para ter acesso ao inquérito.

Consta no inquérito que houve transferências de contas da Aspac para contas pessoais suas e da sua esposa, não declaradas à Receita Federal. Essas transações aconteceram?

Em muitos casos, nesses anos todos a associação enfrentou dificuldades para se manter e inclusive para fazer pagamentos, por motivo de protesto ou alguma situação de inadimplência. Em muitos meses, o custo mensal da associação chegava a R$ 100 mil. E muitas contas foram pagas por mim, com cheques meus, e depois fui ressarcido.

Mas por que essas movimentações não foram declaradas?

Não tenho conhecimento de quais valores estão questionando. Como todos sabem, o que se declara são valores efetivos que se recebe por algum serviço ou pela venda de algum imóvel. Esses valores todos não foram para eu comprar qualquer coisa. Foram simplesmente para mantermos a estrutura do movimento. Quem me conhece, sabe que o que eu tenho no momento são dívidas.

Segundo o inquérito, mais de 300 agricultores repassaram dinheiro do Pronaf para a Aspac e não foram ressarcidos. O que aconteceu?

Se esses valores não passaram pelas contas dos agricultores, foram transferidos diretamente para eles de outra forma. Por exemplo, quando era Pronaf Investimento, pode ter sido transferido para os fornecedores que venderam equipamentos para eles. Nesses casos, é assim. Temos cada caso arquivado.

Através de conversas telefônicas interceptadas, levantou-se a suspeita de que recursos do Pronaf teriam abastecido campanhas eleitorais suas. O que o senhor tem a dizer sobre isso?

Isso é um absurdo. Eu não conheço a pessoa que, segundo a imprensa, fez essa afirmação. Essa pessoa não pertence ao MPA e nem à associação. Nas vezes em que concorri, nem tive tempo de fazer campanha, porque estávamos sempre envolvidos com a luta do dia a dia.

A Aspac cobrava taxas dos produtores para intermediar os financiamentos. Como isso funcionava?

Essa é uma taxa da qual todos os agricultores estavam cientes e que era necessária para o movimento se sustentar. O percentual historicamente adotado pelos movimentos sociais era de 2% ou 3%.

A associação tem como comprovar que todos os agricultores receberam os valores dos financiamentos?

Sim. E temos, inclusive, como comprovar que, em muitos casos, a associação antecipou valores para os produtores como forma de ajudá-los.

Pedro Garcia
pedro.garcia@gazetadosul.com.br
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